meraspalavras.

Por vezes pensamos mesmo que acertamos na pessoa certa, damos tudo de nós e pensamos que tudo esta encaminhado para ser o melhor futuro, sorrimos de boca bem aberta, damos passadas enormes para chegar à meta e quando nos apercebemos não há nenhuma meta, passamos apenas um grande tempo em vão às voltas sem haver qualquer prémio, recompensa ou final.
É estúpido, acertamos sempre no impossível e deixamos para trás o possível e por vezes erramos sem nos apercebermos, porque aquilo que mais queremos é sem dúvida aquilo que mais facilmente nos é rejeitado e tirado do caminho. É mesmo assim a realidade, por muito que não queiramos vimo-nos sempre no fundo do poço a relembrar um tempo interminável de boas lembranças onde tudo, agora, parece ilusão e sabe tão pouco.
O grande erro é entregarmo-nos logo de corpo e alma ao primeiro sorriso que nos é dado, esse é o maior defeito das mulheres, que se derrete tão facilmente com poucas palavras e promessas de para sempre, acreditando e defendendo isso com unhas e dentes como se fosse realmente verdade.
Acabei de me magoar, acreditei sim! Acreditei que tinha a felicidade diante de mim, debrucei-me para ela, agarrei-a mas entre os meus dedos fugiu tudo aquilo que pensei ter. Agora olho em volta e vejo nada, vejo uma imensidão de melancolia e solidão, um tanto em nada, um resto de tudo, daquilo que poderia ser!
Não quero mais apaixonar-me, não quero mais ligar-me a algo tão irreal e frio, algo tão cruel e desonesto, cansei… Cansei de ser sempre eu a ter que dar o passo que encaminha a algo, cansei de ser sempre eu ficar para trás, a cair e a ter medo de me levantar.
O tempo por vezes é o que mais me atormenta, fico horas a pensar como posso passar tanto tempo a acreditar em algo que alguma vez existiu, sinto-me irreal e impotente, sinto-me um pedaço de ser em nada, tão ligada a algo que não me pertence e que jamais pertencerá!
O futuro é feito em dois dias, o passado, esse já passou e não volta mais e o presente, esse é o que mais me atormenta e cansa.